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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Coleção reúne filmes que foram sucesso em festival

Ubiratan Brasil

Fãs dos filmes de arte, aqueles distantes dos blockbusters de Hollywood, sabem da importância da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo - foi graças à aceitação do evento pelo público que os distribuidores passaram a arriscar e a programar, por exemplo, obras do Irã.

Esse avanço se estende agora ao DVD, com a união da Mostra com a Livraria Cultura: juntos, criaram a coleção Cultura Mostra para lançar em disco filmes que foram sucesso em diferentes edições do festival. A primeira fornada, já disponível, é eclética e de bom gosto: o familiar "Horas de Verão", de Olivier Assayas; o abusado "Shortbus", de John Cameron Mitchell; o delicioso "Canções de Amor", de Christophe Honoré; e o minimalista mas muito divertido "Vocês, os Vivos", de Roy Andersson.

Com curadoria dos organizadores da Mostra, Leon Cakoff e Renata de Almeida, a seleção vai aumentar em pelo menos mais 20 títulos em 2011 e já estão confirmados o delicado "Hanami - Cerejeiras em Flor", de Doris Dörrie; o documentário "Os EUA Contra John Lennon", de David Leaf e John Scheinfeld; e o terror sueco "Deixa Ela Entrar", de Tomas Alfredson. Juntos, formam uma verdadeira salada cultural.

"Horas de Verão" conta a história de uma família que comemora o aniversário da matriarca. Ao lado dos filhos que moram fora, discute-se o legado do tio pintor, em torno ao qual há um culto do qual a mãe é a oficiante. Em seguida, a família reúne-se de novo para saber o que fazer com o espólio - pois a mãe morreu e a casa, os objetos, incluindo quadros e mobiliário do tio, aguardam uma definição.

Vinhetas

O filme chega em um momento crucial: memória tem valor? Reminiscências também percorrem "Canções de Amor", misto de musical e romance. Declaradamente inspirado em "Os Guarda-Chuvas do Amor", de Jacques Demy (o mais lírico dos autores da nouvelle vague), o filme de Honoré permite o confronto com a morte e a diversidade sexual na história do rapaz que perde a namorada, morta subitamente, e daí perde o rumo da vida. Parece triste, mas não é. Engraçado mesmo é "Vocês, os Vivos", que também trata da morte - o título, aliás, é uma fala dela.

São 57 vinhetas filmadas com câmera parada, em que personagens comuns vivem situações ordinárias mas que ganham um vulto extraordinário, beirando o surrealismo. Impossível não se identificar com ao menos uma das cenas. Já Shortbus traz o escândalo à coleção, pois contém cenas de sexo explícito.

Nada surpreendente quando se trata do diretor John Cameron Mitchell, que trata o sexo como um caminho para aprofundar temas que afligem seus personagens, como amor e medo. O filme acompanha os problemas de relacionamento enfrentados por uma terapeuta e seu parceiro, um casal de rapazes, um voyeur, entre outros. E o sexo, realizado em clima de paz e amor, desponta como caminho para a solução.(Agência Estado)

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